Cinecão Floresta

AAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Em sua impetuosa, intrépida e infatigável batalha contra as forças que almejam congelar a linguagem artística audiovisual, o Cinecão encara mais uma edição sem nenhum apoio público ou privado! Pois é, nosso Bar#PrimeiramenteForaTemer continua sendo o único a bancar e acreditar nos dispositivos experimentais de arte propostas pelas dezenas de artistas que já passaram pelo Cinecão.
É...definitivamente o golpe também é estético!

Mas calma, não tá morto quem peleja! E para mostrar que todos juntos somos foda, conclamamos a mata, o ar, a água e o corpo para a edição FLORESTA do Cinecão. Os artistas convidados, através da multiplicidade de linguagens, investigam a relação corpo e natureza.

Na performance videoinstalativa TERRA PRA VOAR, Irma Brown e Juan Saucedo propõem uma viagem a um mundo simbiótico: “Sim e não. Longe, perto. Pássaro Passagem. Excesso, Deserto. Para ela, em alguns momentos era como entrar na boca de um tigre. Ele, lagarto, fruto ou musgo. Uma fuga ao contrário.” O trabalho utiliza vídeo, som e o próprio corpo doas artistas para criar um universo onírico, propondo um extravasamento de questões existenciais e de relacionamento.

Na Galeria B da Maumau (só indo pra descobrir onde é) temos a honra de exibir uma artista fundamental para a videoarte brasileira dos anos 90, a carioca Brigída Baltar, que gentilmente cedeu a série COLETAS para esta edição do Cinecão. No filme vemos a artista/personagem oniríco/futurista numa misteriosa busca pelo efêmero. O elo entre o transcendente e o humano se dá através de sutis fenômenos naturais. Uma narrativa da contemplação entre o material e o imaterial. Um trabalho fenomenal!

A dançarina, educadora e pesquisadora Gabriela Santana apresentará a performance ERRANÇAS. O trabalho se propõe a “por em movência um corpo errático que reinventa memórias, sentidos e espaços. É praticar corporeidades de resistência e descolonizar o pensamento de um corpo ainda colonizado. A busca se dá pela modulação de um estado criativo e engajado que entremeia, em tempo presente, devires e heranças culturais… um corpo que experimenta e vive o ‘entre-lugar’.” O espetáculo será apresentado na SALA MONSTRA, e pediremos uma colaboração a partir de $5 reais para ajudar a custear os gastos com iluminação e montagem, elementos fundamentais para o trabalho se realizar com força total. Venha preparado! :)

Fechamos com uma chave mestra para potenciais mudanças, aquelas que podemos buscar em micropoliticas pessoais e coletivas (também caras à existência da Maumau !).
Convidamos a artista visual Elis Rigoni para nos apresentar seu livro ARTICULTURAS DO SENSÍVEL: UM MANUAL FESTA. Um livro de artista, um livro de permacultura, um manual, um código aberto: Rigoni nos convida a uma reflexão sobre nosso cotidiano. “De uma experiência pessoal, Elis Rigoni se lança para comunidades, sua juventude e coragem nos conduzem por peculiaridades sensíveis e pontuais. Uma reversão possível por conexões com a arte e que nos faz pensar o que seja a festa. A autora nos mostra como é possível reorganizar a desordem e o caos ao qual fomos lançados cegamente. Um manual com uma atmosfera de relato que nos aproxima mais do texto, em um formato que o corpo comporta, pois, é sobre ele que somos convidados a pensar: corpo físico/corpo arte que se expande para o corpo social.
(Adriani Araujo)”.
Vai ser um barato essa conversa!

O artista Thelmo Cristovam volta com uma seleção sonora especial para o evento.
Vem respirar e criar possibilidades de resistir com a gente!
Só vale se for assim...
Te esperamos!

Sobre as artistas:
Irma Brown
A menina das botas verdes
ela ia cortar os pulsos
mas preferiu cortar a franja
***
Cada questionário uma profissão diferente: performer, videomaker, arte-educadora, produtora, bailarina, ciclista mensageira, atriz, artista visual e mentirosa.
Das artes liberais; aquelas em que o espírito toma a maior parte do corpo.

Elis Rigoni faz parte da equipe Ná’Lu’um Brasil, atualmente residente do Sítio Pitanga, estudante de pós-graduação em Permacultura pela Universidade Federal do Cariri e do curso técnico em Agroecologia pelo SERTA; tecedora latinoamericana da CASA Jóvens; possui formação em Artes Visuais e experiência em agricultura urbana, construções ecológicas, vivências comunitárias e escuta consciente.

Brígida Baltar vive e trabalha em Rio de Janeiro. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. Deu início a sua carreira na década de 1990, com pequenos gestos poéticos em sua casa e ateliê. Participou de diversas bienais, entre elas a 25ª Bienal de São Paulo (2002); 17ª Bienal de Cerveira, em Cerveira, Portugal (2013); The Nature of things — Biennial of the Americas, em Denver, EUA (2010); Panorama de Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil (2007) e 5ª Bienal de Havana, em Cuba (1994). Seus trabalhos foram apresentados em diversas exposições internacionais, como: Cruzamentos: Contemporary art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA (2014); SAM Art Project, Paris, França (2012); The peripatetic school: itinerant drawing from Latin America, Middlesbrough Institute of Modern Art, Inglaterra, (2011); Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá, Colômbia, (2012); e Constructing views: experimental film and video from Brazil, New Museum, Nova York, EUA (2010). Sua obra está representada em diversas coleções, incluindo: Colección Isabel y Agustín Coppel, Cidade do México, México; Museum of Contemporary Art, Cleveland, EUA; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; Middlesbrough Institute of Modern Art, Middlesbrough, Inglaterra; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; entre outras.

 

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