Nesta primeira edição do ano o Cinecão traz como mote “A Má Educação: Uma Obra Aberta”, em que vem reafirmar a necessidade de espaços que recebam, apoiem e exibam artistas que investigam as infinitas potencialidades de intersecção entre linguagens artísticas.
Esta, antes de ser uma postura estética, é uma proposição política: instigar novas formas de narrativas num mundo cada vez mais reacionário é uma questão de ordem para nosso espaço. Seguimos insistindo em táticas de curadorias afetivas, compartilhadas e agregadoras, pois já basta um mercado de arte praticamente inacessível para os simples mortais.
Neste Cinecão, cerca de 40 jovens artistas, a maioria advindos de cursos ligados `a arte e experimentação audiovisual(como a Escola Engenho) vão mostrar performances, videoinstalações e vídeos em todo espaço físico da Maumau.
O filme/ação/protesto A Queda, realizado pelos alunos do curso Videoarte em Ação(oferecido pelo FestCine, orientado pela artista Lia Letícia, coordenadora do Cinecão), filmado, protagonizado e montado pelo grupo, é uma reflexão sobre o impacto provocado pela PEC do congelamento na arte e educação. Já o projeto de Flavia Pinheiro em colaboração com Alessandro Sachetti, Utopias da Vida Cotidiana, é uma série de vídeos de ações desenvolvidas no centro de Recife, onde as forças sociais e arquitetônicas são friccionadas, em busca de uma política de afetos na vida cotidiana. Jorge Kildery e Iagor Peres, do Coletivo Carne, problematizam o meio artístico como mais uma prática hegemônica de uma sociedade esbranquiçada. Buscam, em seus trabalhos(Great Fake e Rejunte), recriar estes espaços entendendo a necessidade de não só ampliá-los para os artistas membros do coletivo, como também abrir caminho para outros produtores negros. Lucas Mariz traz o trabalho interativo Tu Tube, uma imersão no universo web através de um dispositivo em que o participante brinca com seus vídeos favoritos. Já a Escola Engenho traz uma série de trabalhos advindos do curso “O que vemos, o que nos olha”, dentre eles vivências documentadas em movimentos ativistas como o OcupeCineOlinda e releituras do acervo de videoarte da Fundaj, que apesar de ser um dos mais importantes da America Latina, é pouco divulgado e portanto, pouco acessado.
Além destes, Rose Lima, Pedro Teotônio, Ariana Nuala, Felipe Ferraz, Aline França, Kimberly, Ericson Silva e Roger de Melo completam esse urgente olhar sobre a relação entre ações educacionais e as artes experimentais da cidade.
Na seleção musical o convidado é Abel Alencar, embalando mais essa noite de celebração no nosso quintal!
P.s.: “A arte de viver para as próximas gerações: nenhum artista a menos!”
SERVIÇO
Cinecão
“A Má Educação: uma obra aberta”
Dia 23 de março, das 19h as 00h
Maumau
Rua Nicarágua, 173/Espinheiro
no Bar, Fora Temer, bebidas e comidinhas
Aceitamos cartões